Jacko Dies


Michael Jackson foi um artista ímpar. Talentoso até a medula, cantou, dançou, mobilizou massas. Gravou excelentes discos, e um especificamente brilhante: Thriller (1982). Em algum momento se perdeu e foi consumido pela leviandade do show bizz, por traumas, as distorções de uma cabeça que nunca teve tempo de se formar. Desde pequeno foi uma peça da máquina da industria cultural, primeiro explorado pelo pai e depois pelo próprio ônus do sucesso e da notoriedade. Se enrolou na vida, virou caricatura. Não dá pra entender direito o que fez com o próprio corpo.  A coisa mais fácil é você ouvir alguém falando algo repugnante, boçal e racista a respeito de Jacko, triste e reducionista. Não me importa julgar o que ele fez na vida íntima, apenas lembro de sua boa música.

5 comentários
  1. Não resta dúvidas que o pop perdeu, talvez, a sua última pérola. MIchael era daqueles artistas que não se fabricam e, mesmo que tentem, não se acha a fórmula para fazê-lo. Ímpar em seu talento. Um fim de semana de profundo luto na musica…

  2. Sandro disse:

    Diante de tanta coisa que foi escrita por aí, de ontem pra hoje, este texto, pela sua fluência e simplicidade, direto ao ponto, foi a melhor definição de Jacko.

    Parabéns pelo texto.

  3. Marko disse:

    Qto à “se perder” é tb algo relativo; afinal o público, a “opinião pública” sempre quer, exige mais e mais – como já colocou Ortega Y Gasset “as pessoas se enamoram dos artistas pq são… artistas!!! Depois no dia à dia passam a exigir q os mesmos se comportem como chefes d repartição pública”, e já q são inevitaveis as críticas tanto p/aqueles q o fazem como p/q os q não o fazem já q é da natureza desse mesmo público exigir dos outros o q ele próprio não é capaz & lembrando tb q:

    1) tendo o acaso e a sorte papéis decisivos nas artes d um modo geral (incluindo as artes militares);
    2) sendo os artistas (d qq arte) canais e não a fonte d uma energia poderosa e manipulável e
    3) analisando o comportamento animal e a breve História da Humanidade, vendo o q em determinado lugar ou época é considerado “normal” e em outros, crime ou bizarrice; me limito a humildemente repitir as milenares e sábias palavras do romano Terêncio : “Eu sou humano é Nda do q é Humano me é estranho” assim como as não tão antigas mais igualmente sábias do humorista George Calin: “ainda não passamos d macacos arrogantes usando ternos, armas automáticas e bonés d baseball”

  4. GISLENE disse:

    Parabens ricardo….O texto é de muita valia e de consideraveis elogios
    Certamente perdemos uma jóia do pop.

    Abraço…

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