Prefiro sempre o papo informal, a fala das ruas para tentar entender os fenômenos sociais.
No que se refere à economia, à parte os fundamentos macroeconômicos, o que nos orienta é a gente do dia a dia, o pequeno comerciante, aquele com quem você pode deixar o troco de cinco como crédito ou a pendura de vinte pra pagar na sexta feira.
Essa gente tá desesperada.
O Alemão da Banca, o Theo do Armazém, o Pernambuco da Rio Branco, todos eles que vivem do dinheiro miúdo, das pequenas compras do povo trabalhador, estão assustados.
Se o dinheiro não entra, tem menos mercadoria, os poucos que vêem compram o que tem, se não acham é possível que não voltem amanhã e as portas fecham.
Essa gente muitas vezes não sabe onde fica a Argentina, mas vivem na pele suas diárias necessidades de moratória.
Esses trabalhadores da luta diária pouco sabem sobre as diatribes farsescas do infomoney e da Miriam Leitão, que afirmam que Macri falhou por ser pouco neoliberal.
A cartilha neoliberal pega essa gente primeiro e eles sabem, apesar de não chama-la pelo nome, que não pode dar certo.
Não precisamos esperar o efeito Orloff, a nossa Argentina já está nas ruas.