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Arquivo mensal: outubro 2010

Eleição condimenta paixões exacerbadas, batemos boca com quem gostamos, e nos aproximamos de quem não tem nada a ver conosco ou pelo menos nao tinha até então.  A vida vai trazendo surpresas, mas como diria um canção antiga: “tudo passa, tudo passará…” rs, amigos serão sempre amigos, senão nunca foram e novos amigos chegarão…hoje acaba a eleição. Dilma ou Serra, acho que Dilma, quero que seja. Aos amigos que votarão (ainda há tempo de mudar, rs) em Serra, tô aqui, sempre aqui, não mudei.

Mas tem novidade, Lou Reed estará na cidade nos próximos dia 20 e 21 de novembro no SESC Pinheiros. E todos estão convidados para ir ver Lou Reed, dilmistas, serristas…

Lou Reed furou na feira de Paraty, ele lá ia fazer um blá blá blá  sobre sua poesia, suas letras. Agora estará aqui tocando e cantando, na verdade mostrando seu projeto Metal Music Machine, um ousado álbum duplo de 1975, onde experimentava ruídos e distorções, nada de “canções. Um presente para os fãs, dificil e por vezes indigesto, mas um presente especial. Vejam, ouçam!

http://www.mediafire.com/?lgwcd1binjc

Para purgar esta campanha cheia de idas e vindas. Um música para cada candidato. Elas não são do Metal Music Machine, são canções. Presente do Lou Reed! Boa sorte Brasil!!! Não, não, eu não ouvi os marqueteiros para escolher as canções, saíram da minha cachola.

Para Dilma:

Para Serra:

Nota pós-show: não fui ver, mas li numa coluna do OESP que cerca de 100 pessoas deixaram o show pela metade. Queriam ouvir canções, provavelmente por não saberem o que era o Metal Machine Trio.

Por mais anacrônico que possa parecer, e o cinismo corrente nos leva pensar dessa forma, ainda conseguimos alimentar a esperança de mudanças.Não se trata de mudar de camisa, de emprego, de conta corrente, de carro ou de namorada…mudar é acreditar que a vida acontença na vera das decisões, não nos obscuros caminhos criados pelo “acaso” ou por fórmulas prontas batidas na preguiça que tende a nos invadir sempre.

Diversificar, nem que seja ao menos as desculpas que criamos para “não fazer”.

E antes que isso aqui vire receita trôpega de auto ajuda, vamos ao poeta. Escrevi o post para anexar este vídeo que mistura Jards Macalé, Paulo José e reverencia Torquato, o poeta intransferível.

Bom momento para Torquato nos ajudar a chacoalhar esse mundo em vias perigosas de caretíce, seja ela de esquerda, de direita ou de centro …

PESSOAL INTRANSFERÍVEL

escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. é o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. nada no bolso e nas mãos. sabendo: perigoso, divino, maravilhoso. poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. difícil é não correr com os versos debaixo do braço. difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. e sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus. e fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. citação: leve um homem e um boi ao matadouro. o que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. adeusão.

Torquato Netto


Este é um período que realmente gosto, por mais que as pessoas desprezem a política e a vulgarizem como algo menor e longe de suas forças e campo de responsabilidades, considero a possibilidade de votar, fundamental.  Claro que a intensidade e paixão com o qual votei em 1989, hoje esta mais calma e um tanto desconfiada. Mas a importância que reservo a este dia nao mudou. Independente das coisas que defendi nesses dias campanha pelo twitter, facebook, email, nas conversas de boteco, espero ter contribuído em algo para meus interlocutores. Votar é direito, nao deveria ser obrigação, e qualquer voto é melhor do que o calar e a escuridão dos períodos autoritários. Como diria o velho Bandeira, meus amigos, meus inimigos aí vou eu, como de costume com uma canção na cabeça, porque a música sempre será o maior alimento que colhi nessa terra…

Above the sound of ideologies,
Above the sound of ideologies,
Above the sound of ideologies clashing